Jovens engenheiros tentam ajudar os utilizadores do IP3
Descrição da atividade
Nesta atividade, os alunos partem de um problema estrutural, de traçado e de segurança rodoviária do IP3, a partir de uma derrocada que ocorreu em 2019 num troço desta via, e de uma ação de protesto da Associação de Utentes do IP3. A partir da análise do declive do talude, do efeito da água no tipo de solo e do tipo de coberto vegetal, os alunos terão de definir o tipo de contenção a realizar, de forma a apresentar propostas concretas às Estradas de Portugal EPE para resolução da situação.
Guião do aluno
7 computadores portáteis com a aplicação
Mindomo instalada e uma pasta com imagens para a tarefa de CN
7 computadores portáteis com o link para o ficheiro do GeoGebra estruturado
Material de laboratório (3 amostras de rocha, granito, calcário e cimento, 3 tabuleiros diferentes, solução aquosa de 250 ml com 25 ml de ácido nítrico)
Apresentação eletrónica
Visualizador para projetar a demonstração de FQ
- Ficheiro Geogebra
- Questionário online para apresentação de conclusões pelos grupos de trabalho
- Pasta com imagens para a atividade de ciências
Perfil dos alunos
Aprendizagens essenciais
Guiões de atividade
Introdução da atividade
Apresenta-se a situação-problema com o vídeo Associação de Utentes do IP3 pede obras nos taludes e rapidez no melhoramento do piso.
Com o Google Earth, mostra-se o traçado do IP3, falando da importância dessa estrada para a mobilidade das populações e para a economia local, aproximando no final o troço em estudo.
Depois de introduzida a questão-problema “Será necessária uma intervenção no talude no troço do IP3 de Penacova?”, organizam-se os alunos em grupos de 4 ou 5, distribuindo-se o respetivo guião.
Desenvolvimento da atividade
As tarefas estão organizadas por estações, de acordo com cada disciplina.
A – Matemática
Pede-se aos alunos que determinem o declive no local do troço apresentado, relembrando-se as imagens observadas no vídeo.
Questionam-se os alunos sobre o impacto do declive, mais ou menos acentuado, de uma berma do troço, em derrocadas ou no desnível da faixa de rodagem, e consequente perigo para os automobilistas.
Questiona-se os alunos se é possível desenhar, por exemplo, uma reta na imagem apresentada e estimar o declive da berma em relação à estrada.
Explica-se que não é possível calcular o declive dessa forma e que o recurso à imagem para determinar o declive tem de obedecer a determinados princípios. No entanto, é possível fazer uma estimativa se o enquadramento for mais adequado. Remetem-se os alunos para o exercício 2 do Guião do Aluno.
Solicita-se aos alunos que abram o ficheiro Geogebra nos respetivos computadores.
Pede-se aos alunos que percorram, autonomamente, todos os passos apresentados no guião – “Determinar o declive da reta com os pontos assinalados na primeira imagem”. Desloca-se um dos pontos e volta-se a determinar o declive. Repete-se o processo observando que o valor do declive não se altera.
Solicita-se aos alunos que analisem a equação da reta na aplicação GeoGebra (exercício 2 do guião do aluno).
Pede-se aos alunos para determinarem o declive de uma reta, conhecidas as coordenadas de dois pontos da reta (exercício 3 do guião do aluno).
B - Ciências Naturais
Remete-se novamente para o vídeo sobre a derrocada no IP3.
Parte-se do exemplo da catástrofe relatada e introduz-se o conceito de “Deslizamento”. Questiona-se acerca de possíveis causas de deslizamentos (declive do terreno, tipo de rocha, erosão química, mecânica e biológica, ausência de vegetação provocada por desflorestação ou incêndios, chuvas torrenciais, remoção de terreno para abertura de novas estradas, sismos...).
Mostram-se imagens na apresentação eletrónica para concluir que os deslizamentos são um tipo de “movimento de terrenos”, havendo outros: “Queda de blocos” e “Fluxos”, também frequentes, como por exemplo nas falésias das praias do Algarve e na Madeira, respetivamente.
Questiona-se se estes fenómenos geológicos são totalmente naturais ou se, eventualmente, são potenciados pela ação humana.
Relaciona-se este tipo de catástrofe com outras: sismos, tempestades, incêndios, desflorestação, ilustrando com imagens e recortes de notícias na apresentação eletrónica.
Classificam-se as catástrofes referidas, completando-se com as que estiverem em falta.
Pede-se aos alunos que abram os computadores portáteis (dois por aluno) e iniciem a aplicação Mindomo.
Propõe-se a construção de um mapa de conceitos utilizando os termos apresentados no guião, na qual constam as designações de todas as catástrofes anteriormente referidas.
Os alunos criam um mapa conceptual com a aplicação Mindomo que ilustre a classificação das catástrofes em antrópicas e naturais (geológicas e climáticas). Se possível, o mapa deverá ser ilustrado com imagens disponíveis numa pasta no ambiente de trabalho.
No final discute-se o mapa de conceitos desenvolvido por todos os alunos.
C- Física-Química
Apresenta-se a questão problema – Qual é o impacto da chuva nos solos do talude?
Apresentam-se imagens e vídeos sobre a circulação da água na natureza, remetendo para o facto de a água reagir de diversas formas com diferentes substâncias.
Apresenta-se um vídeo sobre a dureza da água.
Explica-se a acidificação da água da chuva (natural e com a intervenção humana) e quais são os seus efeitos em diferentes materiais.
Refere-se que a água, ao passar por determinados materiais, reage com estes e dissolve determinadas substâncias, remetendo para o conceito de dureza da água. Pede-se aos alunos que realizem o exercício 1 da estação C do guião do aluno.
Demonstra-se a reação de uma solução ácida com diversas amostras de rochas para o grande grupo, usando o visualizador.
- Colocar 3 amostras de rocha, granito, calcário e cimento, em 3 recipientes diferentes;
- Adicionar algumas gotas de solução ácida (a partir de uma solução preparada com 250 mL de água e 25 mL de ácido nítrico) em cada um dos 3 materiais;
- Registar as observações.
Após a demonstração explora-se, em particular, situações em que a água circula por calcário, granito ou betão (“cimento”).
Apresentam-se exemplos reais de consequências indesejáveis da utilização de águas duras na indústria e no consumo doméstico.
Por último, solicita-se aos alunos que respondam à questão 2 da estação C do guião do aluno. Formulam-se questões como:
- As quantidades de substâncias em cada tipo de água são sempre iguais? Porquê?
- Quais são as quantidades que mais diferem nos dois tipos de água?
Conclusão da atividade
Dá-se algum tempo aos alunos para discutirem a sua resposta à última questão do guião do aluno, redigirem uma proposta de solução para o problema e elegerem o porta-voz que irá apresentar as suas conclusões.
Pede-se aos alunos que respondam a um questionário online com as suas conclusões de forma a serem projetadas para análise em grande grupo.
Promove-se um pequeno debate entre os alunos sobre as três propostas apresentadas.
Aprendizagens essenciais
Evidence / Student action
- A partir das evidências nas respostas dos guiões do aluno: preenchimento de uma tabela com as aprendizagens essenciais referidas no separador "Enquadramento Curricular".
- Assinalando se "Revela", "Revela parcialmente", "Não revela" e "Observações do/a professor/a".
Centro TV. (2019). Associação de Utentes do IP3 pede obras nos taludes e rapidez no piso. Acedido em https://www.youtube.com/watch?v=m_UiEApz5zA em 30 de junho de 2022
Associação de Utentes do IP3 pede obras nos taludes
Um talude num troço do IP3 em Penacova sofreu recentemente uma derrocada, impedindo a circulação de veículos durante vários dias. A Associação de utentes do IP3 aproveitou a oportunidade para se manifestar junto deste troço, queixando-se da ausência de intervenções em diversos taludes nesta via de comunicação fundamental para a economia dos vários concelhos que atravessa. Apesar do anúncio pelas Estradas de Portugal EPE há já mais de 3 anos de 2.5 milhões de euros para financiar estas intervenções, ainda não se viram obras efetivas. De 1991 até 2017, só num percurso de 20 quilómetros, na zona de intervenção dos bombeiros de Penacova, registaram-se 1825 acidentes, com 1836 feridos e 123 mortos.
Um grupo de trabalho desta associação, com conhecimentos na área da Geotecnia, e farto de esperar, pretende fazer um estudo de estabilidade de uma série de taludes para definir o tipo de contenção a realizar, de forma a apresentar propostas concretas às Estradas de Portugal EPE.
Um dos taludes passível de intervenção localiza-se à entrada de Penacova no sentido Sul-Norte, no km 65.
Estação A
Observa com atenção a figura seguinte.
Observando a imagem e assumindo que o veículo representado na imagem tem 1,5 m de altura, estima a altura do talude.
1. Abre o ficheiro Declive_Talude_IP3.ggb no teu computador
2. Considera que a reta AB, representada no plano coordenado é a reta de suporte de um segmento de reta [AB] que representa o talude. Esta reta permite estimar a inclinação do talude relativamente ao plano da estrada.
Com recurso ao GeoGebra, determina o declive do talude, calculando o declive da reta AB.
Nota: O declive de uma reta é uma medida que permite obter a inclinação de uma reta em relação ao eixo das abcissas. Indica-nos quanto é que a reta cresce na vertical relativamente a um determinado incremento na horizontal.
Ou seja, o declive m pode ser dado pela seguinte relação:
3. Escolhe um ponto da reta e verifica a variação do valor da ordenada quando varia o valor da abcissa em uma unidade.
3.1 E se essa variação do valor da abcissa for de duas unidades, como varia o valor da ordenada?
3.2 E se essa variação do valor da abcissa for de n unidades, como varia o valor da ordenada?
4. Arrasta os pontos A e B ao longo da reta e determina o declive com as novas coordenadas dos pontos.
4.1 O que observas? Compara com a equação da reta que te é dada pelo GeoGebra e confirma o declive.
5 Determina o declive de uma reta que passe nos pontos de coordenadas A(1,7) e B(3,3).
Estação B
A derrocada ocorrida no IP3 é um fenómeno relativamente frequente e é considerada uma Catástrofe Natural Geológica. Os movimentos de terreno (derrocadas) são movimentos de solo, rocha ou detritos que ocorrem ao longo de planos de rutura (por exemplo ao longo de uma encosta), podendo ser agravados pela ação humana.
1. As derrocadas são consideradas catástrofes naturais. Identifica mais dois tipos de catástrofes naturais que possam estar, direta ou indiretamente, relacionadas com esta.
2. Algumas catástrofes antrópicas (provocadas pela atividade humana) podem estar na origem de derrocadas deste género. Apresenta dois exemplos.
3. Indica de que forma a atividade humana pode agravar a possibilidade de ocorrência de derrocadas.
4. Inicia a aplicação Mindomo no computador.
4.1 Explora um pouco a aplicação seguindo os exemplos apresentados pela professora.
4.2 Constrói um mapa de conceitos que ilustre a classificação das catástrofes. Utiliza entre outras, as palavras da seguinte imagem:
Nota: O mapa de conceitos poderá ser enriquecido com imagens disponíveis na pasta Imagens_ Mindomo no ambiente de trabalho.
4.3 Guarda o mapa de conceitos no Ambiente de Trabalho do computador, identificando os elementos do teu grupo de trabalho. (ex: Nome1_Nome2.MOM)
Estação C
Qual é o impacto das chuvas no talude do IP3?
1. Observa a reação de uma solução ácida com 3 amostras de rocha, granito, calcário e cimento.
1.1 Regista as tuas observações.
1.2 O que podes concluir sobre o possível impacto de chuvas mais ácidas no talude do IP3 em análise?
2. Considera a composição química de quatro águas, I, II, III e IV, apresentada a seguir (valores em mg/L):
2.1 Destas águas, a mais dura é...
(A) I
(B) II
(C) III
(D) IV
2.2 Das afirmações seguintes, qual está correta?
(A) Os solos graníticos contêm grandes quantidades de carbonato de cálcio.
(B) Uma água macia é rica em sais de magnésio e de cálcio.
(C) Reconhece-se uma água dura por fazer muita espuma com o sabão.
(D) As águas duras são típicas de solos calcários.
Conclusão
Considera as seguintes características do talude.
Declive = ______
Coberto vegetal - reduzido
Solo - pouco coeso e pouco permeável
Tendo em conta que o fator de segurança abaixo de 1.5 é considerado de risco elevado, analisa a seguinte tabela e responde à questão que se lhe segue.
Consideras que deve ou não ser efetuada alguma intervenção no troço estudado? Justifica a tua resposta. Submete as tuas conclusões no questionário online fornecido e nomeia um porta-voz para as apresentar aos restantes colegas.